Gleydson Carvalho foi morto no estúdio da rádio Liberdade FM, em Camocim
Francisco, Gisele e o pistoleiro Tiago foram denunciados pelo assassinato
Sete pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Estadual (MPE) como envolvidas no assassinato do radialista Gleydson Carvalho, crime ocorrido na tarde do último dia 6 na cidade de Camocim (373Km de Fortaleza). O crime de pistolagem teria sido motivado pelas severas críticas que o comunicador fazia em seu programa de rádio contra a administração publica do vizinho Município de Martinópole. Dos sete suspeitos, apenas três estão presos.
Conforme a denúncia formulada pelo promotor de Justiça Evânio Pereira de Matos Filho, já há comprovação dentro das investigações, que participaram da trama criminosa as seguintes pessoas: João Batista Pereira da Silva, Daniel Lennon Almada da Silva, Israel Marques Carneiro, Thiago Lemos da Silva, Gisele de Souza do Nascimento, Regina Rocha Lopes e Francisco Antônio Carneiro Portela. Destes, estão presos Gisele, Francisco Portela e Daniel Lennon.
O promotor se baseou na farta investigação realizada pelas polícias Civil e Militar da cidade de Camocim e Municípios vizinhos, como Martinópole e Senador Sá. O inquérito policial, presidido pelo delegado regional Herbert Ponte e Silva, apontou que o crime foi premeditado, meticulosamente planejado e que teve motivação política. O radialista teria sido executado “por falar demais”.
Dinheiro
Para praticar o crime foram contratados por cerca de R$ 9 mil os pistoleiros Thiago Lemos da Silva e Israel Marques Carneiro, o “Baixinho”, este último residente no Oeste do estado do Pará. O casal Gisele e Francisco Portela se encarregou de alugar uma casa que serviu de esconderijo para os assassinos após estes matarem a vítima.
Já João Batista Pereira da Silva, o “Batista Dentista”, tio do atual prefeito de Martinópole, foi um dos principais mentores. Nos dias que antecederam o crime, ele abrigou em sua fazenda, na localidade de Remanso, os pistoleiros e as demais pessoas envolvidas na trama. Fez contatos para a contratação dos matadores e teria dado o dinheiro para que Gisele e o companheiro alugassem a casa que serviu de esconderijo para os assassinos, na localidade de Serrota, no Município de Senador Sá.
Já Regina Rocha Lopes, mulher do pistoleiro Thiago, participou, juntamente com Gisele, do levantamento da rotina da vítima. O grupo teve, ainda, o envolvimento de Daniel Lennon Almada da Silva, tesoureiro da Prefeitura de Martinópole. Ele participou de todo o planejamento do crime e forneceu sua própria motocicleta (apreendida) para a dupla ir até a sede da Rádio Liberdade FM, no Centro de Camocim, invadir a emissora e matar o radialista. A mesma moto foi usada na fuga dos assassinos e, posteriormente, abandonada.
A denúncia revela, ainda, que outras pessoas estão sendo, ainda, investigadas e estas poderão ser denunciadas ao longo da tramitação do processo, principalmente o mandante.
O grupo foi denunciado pelos crimes de homicídio qualificado e organização criminosa.
Mais mortes
A investigação também revelou que o mesmo grupo planejava matar mais duas pessoas, além do radialista. As potenciais vítimas não tiveram seus nomes revelados, mas as autoridades acreditam que estas também seriam eliminadas por representar riscos à manutenção do mando político da atual gestão do Município de Martinópole.
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