A missa tornou-se uma tradição desde 20 de julho de 1934, data do falecimento do religioso nordestino
Antes e depois da missa, milhares de pessoas visitaram o local onde o clérigo está sepultado para renderem homenagens. Centenas de velas foram acessas pelos devotos e romeiros. Flores foram deixadas ao lado do túmulo, e até fotos com graças alcançadas. A cena remeteu à Colina do Horto, onde incontáveis ex-votos - objetos deixados em salas de milagres dos santuários das igrejas católicas, como forma de agradecimento a um milagre alcançado - são deixados no Museu Vivo do Padre Cícero.
Juazeiro do Norte. Milhares de pessoas participaram na manhã desta segunda-feira (20) da tradicional missa de celebração de 81 anos da morte do Padre Cícero Romão Batista. O religioso foi um dos principais fundadores deste Município e seu primeiro prefeito, administrando a cidade de 1911 a 1926, afora um pequeno período que foi afastado. A missa é uma tradição desde 1934, data de falecimento do Padre Cícero, que morreu em 20 de julho de 1934. O evento é realizado sempre às 6h.
Este ano, a celebração registrou recorde de público. Estima-se que mais de 40 mil pessoas tenham ido à Praça do Socorro, defronte à capela onde o sacerdote foi sepultado. A celebração na manhã de ontem foi presidida pelo bispo diocesano do Crato, dom Fernando Panico, auxiliado por uma dezena de padres.
O bispo enalteceu a força e a fé no Padre Cícero. Ressaltou que a cada ano mais romeiros e devotos chegam de todas as partes do Brasil . Lembrou que está em processo de construção um "altar mais digno e honroso para o Padre Cícero".
As celebrações se estenderam ao longo do dia. Outras duas missas foram realizadas na Capela do Socorro, uma às 15h30 e a outra as 17h. Amanhã (22), Juazeiro do Norte realiza festejos em comemoração aos 104 anos da sua emancipação política.
A importância da figura do religioso ultrapassa o campo da fé. Para a secretária de Cultura e Romaria de Juazeiro do Norte, Marli Bezerra, "praticamente tudo aqui gira em torno das romarias: comércio, hotelaria e cultura. Toda essa força advém da imagem do Padre". Com o típico chapéu de palha - marca dos romeiros - nas mãos, o pernambucano José Graciano, 71, rezava fervorosamente e agradecia por, segundo ele, ter recebido "um milagre do Padim Ciço".
O aposentado veio da cidade de Cachoerinha-PE para agradecer o "dom da fala". Segundo ele, há onze meses, uma ferida cresceu no interior de sua boca de forma misteriosa. Devoto de Padre Cícero, Graci, como gosta de ser chamado, fez promessa e, quase um ano depois, veio à Capital da Fé agradecer sua cura. Assim como o pernambucano, outras centenas de pessoas foram agradecer às bênçãos alcançadas. Com terço na mão, Júlia Conceição, 47, assistiu à missa quase toda ajoelhada. Ao fim, ela disse: "Esse sacrifício é pouco por tudo que ele tem me concedido ao longo de anos".
Homenagens
André Costa
Colaborador
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