Manifestação em Tabuleiro do Norte, cidade localizada no Vale do Jaguaribe, deu início, na manhã desta terça-feira, 28, a uma sequência de dez marchas no Ceará contra a Reforma da Previdência. Liderados pela Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal no Estado do Ceará (Fetamce), os atos são uma preparação para a greve geral dos trabalhadores, planejada para o próximo dia 14 de junho. Informações do o POVO.
Enedina Soares, presidente da Fetamce, fala que a realização de atos de forma regional é uma forma de atingir e engajar mais pessoas na luta contra a reforma. Ela explica que a federação conta com formas de comunicação organizadas em todas as regiões do Estado, mas a participação política dos trabalhadores ainda é restrita. Assim, as manifestações descentralizadas buscam mobilizar.
“As consequências dessas mudanças podem ser desastrosas para todas as classes. As lutas são de interesse de todos os conjuntos de trabalhadores, e nossa ideia é continuar esse processo de reação contra esse projeto”, detalhou Enedina.
Ela defende que os critérios usados nessa reforma para definir novas regras para a aposentadoria vão excluir uma grande massa de trabalhadores. “É uma reforma que não combate privilégios, mas tira da Constituição direitos da classe trabalhadora, responsáveis por várias conquistas sociais.”
O Governo Federal, entretanto, argumenta que a reforma é igual para todos e deve cortar privilégios. Uma das principais apostas de divulgação do Governo são as redes sociais. Em um tuíte, o Governo afirma que “quem recebe um salário mínimo vai contribuir menos do que hoje”.
Movimentos pela Educação
Dos 10 protestos previstos, seis acontecerão no mesmo dia em que foram convocados atos de defesa da Educação, a próxima quinta-feira, 30. A mobilização acontece após as manifestações do último dia 15, que aconteceram em todas as capitais do País e no Distrito Federal contra o contingenciamento de verba de universidades federais.
Enedina afirma que as manifestações contra a Reforma da Previdência e em relação à Educação têm um ponto de convergência significativo. Ela considera, por exemplo, que parte da reforma retira a aposentadoria especial dos professores. E afirma que as consequências do fechamento de entidades de ensino superior podem ser desastrosas.
“O acesso ao ensino superior por vias públicas dá mais oportunidades para que pessoas de todas as classes sociais consigam concluir uma graduação. Esses cortes propostos prejudicam principalmente os filhos dos mais pobres. É preciso manter o investimento e garantir bolsas aos estudantes”, argumenta.
Para Bruno Rocha, presidente do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Ceará (Adufc), o protagonismo que o movimento estudantil está tendo na articulação desses atos é fundamental para que a luta ganhe legitimidade. Ele diz que o ato desta quinta-feira foi uma iniciativa dos estudantes e contará com apoio dos docentes e dos servidores técnicos administrativos.
Bruno explica que vê este segundo momento como uma continuidade dada às manifestações nacionais do dia 15. “Essa é uma pauta muito importante, que afeta tanto a educação superior como a básica, e precisamos unir esforços para reverter essa decisão”. O presidente da entidade ainda destacou que os profissionais da Educação devem se somar à greve geral proposta pelas centrais sindicais.