A Procuradoria Regional Eleitoral pediu a cassação do governador reeleito Camilo Santana (PT) e da vice-governadora Izolda Cela (PDT) por abuso de poder político e de poder econômico nas eleições deste ano.
A ação também pede que Camilo e Izolda fiquem inelegíveis por oito anos. A Procuradoria Eleitoral aponta, entre outros pontos, que a convenção partidária da coligação de Camilo e Izolda foi transformada no que o Ministério Público chamou de “colossal showmício eleitoral lardeado de várias outras irregularidades”, como propaganda irregular não inserida na contabilidade de campanha.
De acordo com a Procuradoria, dez deputados estaduais e federais eleitos também são alvos de pedidos de cassação.
Aderlânia Noronha (SD) e Genecias Noronha (SD) – acusados em ação por atos de abuso de poder político, abuso de poder econômico e conduta vedada a agentes públicos. O abuso de poder político foi observado diante da quantidade de matérias publicadas na página oficial da Prefeitura de Parambu e de materiais de mídia produzidos às custas do erário com o claro escopo de promoção pessoal dos parlamentares candidatos à reeleição. Também foram cometidos atos de abuso de poder econômico, correspondentes a derramamentos de santinhos dos dois concorrentes ao pleito em múltiplos locais de votação, prática taxada como crime eleitoral pela Lei das Eleições.
André Fernandes (PSL) – acusado em ação por condutas caracterizadoras de abuso de poder econômico, na modalidade abuso de poder religioso, praticado durante eventos evangélicos em municípios do interior do Ceará. “O então candidato André Fernandes foi beneficiado com uma espécie de publicidade extraoficial ao ser exaltado no contexto de diversos cultos religiosos, perante milhares de fiéis presentes”, diz trecho da ação.
Danniel Oliveira (MDB) e Leonardo Araújo (MDB) – acusados em ação por atos de abuso de poder político e econômico durante o processo de escolha das localidades beneficiadas com perfurações de poços profundos por parte do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) no Ceará. Investigações apontaram que os candidatos tinham ingerência sobre o Dnocs e eram favorecidos pela ausência de critérios técnicos e imparciais de escolha do município a ser beneficiado, em favor de suas candidaturas na campanha eleitoral de 2018.
Eduardo Bismarck (PDT) – acusado em ação por condutas caracterizadoras de abuso de poder político e conduta vedada a agentes públicos. A ação aponta a inclusão, pelo prefeito de Aracati Bismarck Maia, do seu filho Eduardo Bismarck, autodeclarado pré-candidato a deputado Federal e advogado sem qualquer vínculo ou cargo na Administração Pública local, em variadas atividades e compromissos de gestão durante o primeiro semestre de 2018, passando a falsa impressão de que Eduardo Bismarck integrava a equipe da gestão de Aracati e exponencializando sua visibilidade perante a população local.
Erika Amorim (PSD) – acusada em representação por conduta vedada por ter se beneficiado em atos de perseguição política a diretores e coordenadores de escolas municipais do município de Caucaia.
Idilvan Alencar (PDT) – acusado em ação por condutas caracterizadoras de abuso de poder político por ter usado a máquina pública, em especial as escolas públicas, para alavancar sua candidatura em vários municípios do Estado, além de coagir funcionários da Secretaria da Educação do Estado (Seduc) a participarem de atos políticos de apoio a sua candidatura, por meio de ameaça velada.
Sérgio Aguiar (PDT) – acusado em representação por conduta vedada por ter se beneficiado eleitoralmente de contratações temporárias feitas pela prefeitura do município de Camocim.
Tin Gomes (PDT) – acusado em ação por condutas caracterizadoras de abuso de poder econômico, na modalidade abuso de poder religioso. A ação cita inúmeras situações em que Tin Gomes foi beneficiado pela influência religiosa de diversos pastores e padres em diferentes eventos religiosos em municípios do interior do Ceará.
O Tribuna do Ceará entrou em contato com a assessoria do governador Camilo Santana, mas não obteve retorno até a publicação da reportagem.
Fonte Tribuna do Ceará
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