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Reservatório seco transforma a paisagem de Quixeramobim



O Açude Quixeramobim não tem água desde outubro de 2015 ( Foto: Eduardo Queiroz )
Quixeramobim. Os moradores deste Município do Sertão Central do Estado do Ceará, distante cerca de 200 quilômetros da Capital, Fortaleza, têm a dimensão real da seca que já castiga o sertão por cinco anos seguidos quando olham para o açude que leva o nome da cidade. Desde outubro de 2015, não há uma gota d'água sequer no Quixeramobim. O chão rachado e plantações de forragem para o gado tomam o espaço onde no passado havia água em abundância.

O açude integra a Bacia do Banabuiú, que comporta outros 18 reservatórios. Juntos e completamente cheios, eles garantem o terceiro melhor aporte ao Ceará. Mas a Bacia está com apenas 2,11% de sua capacidade total, a terceira pior média entre as 12 bacias estaduais. De acordo com a Companhia Cearense de Gestão e Recursos Hídricos (Cogerh) 38 açudes do Estado estão secos. Outros 42 estão em volume morto.


Desde fevereiro deste ano a água que chega às casas dos habitantes de Quixeramobim vem do açude Pedra Branca, que também abastece Quixadá. A situação do reservatório começa a gerar preocupação na população. "O açude já reduziu bastante a sua capacidade e ainda abastece outra cidade. Essa é a grande preocupação", afirma a estudante Natália Leal, 23.

Receio

Segundo dados do Portal Hidrológico do Ceará, que realiza a medição diária de todos os 153 açudes monitorados pela Cogerh no Estado, o Pedra Branca está com pouco mais de 36 milhões metros cúbicos acumulados, o que dá 7,97% de seu total. "A população está contando mesmo é com as rezas. Pedi a São José que mande chuva porque as cidades vizinhas todas estão sem água", completa a estudante. O medo de quem mora em Quixeramobim não é diferente de nenhum outro que mora no sertão: ficar sem água. "Não tem mais de onde tirar. Eu mesmo não sei o que vou fazer, o que vai ser da gente se não chover para o ano e esse açude secar", desabafa a dona de casa Francisca Lúcia Pinheiro, 77.

Sob controle

Para o gerente da Bacia do Banabuiú da Cogerh, Paulo José Ferreira, não há razões para se preocupar. Estudos da Cogerh têm mostrado um cenário de estabilidade hídrica, mesmo no caso de mais um ano de seca. "Permanecendo a retirada de água do Pedra Branca, e mesmo que não chova nada no ano que vem, ele suportará até o fim do primeiro semestre de 2018", afirma.

Apesar do medo, o abastecimento na cidade segue com normalidade. O gerente explica que o açude dá conta de uma demanda de 100 mil litros/hora. "70% do abastecimento do Município é com a água da adutora e os outros 30% são garantidos com água de poços profundos. Temos 23 perfurados na cidade", diz. Ele explica que a adutora, orçada em R$ 32 milhões, trouxe a tranquilidade para a cidade. "É essa água que garante o funcionamento de empresas, indústrias, faculdades e que vai garantir também o funcionamento do Hospital Regional do Sertão Central", completou Paulo.

Ações de convivência

Iniciativas como perfurações de poços fazem parte de uma série de ações alternativas para vencer os problemas que a seca impõem. Segundo o presidente da Cogerh, João Lúcio Farias, neste ano já foram perfurados 1.430 poços e instalados 517 chafarizes e 69 dessalinizadores. "Para 2016 estamos com a meta de mais de 2 mil intervenções de aproveitamento de água subterrâneas. Muitas cidades não entraram em colapso porque tomamos essas medidas", frisou.

João Lúcio revelou que a situação de escassez de água nos municípios do Interior é avaliada semanalmente por meio de encontros no gabinete do governador Camilo Santana, com representantes da Cogerh, Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra), Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), Secretaria de Recursos Hídricos (SRH) e Defesa Civil.

"Fazemos a avaliação dos municípios e traçamos cenários e onde temos um quadro de falta d'água e vamos trabalhando alternativas. Nós estamos desenvolvendo todo esse trabalho para garantir o abastecimento de todas as cidades", disse o presidente da Cogerh.

Por melhores que sejam os estudos, no entanto, é necessário que a população faça a sua parte. Sem um uso consciente da água, eles não funcionam, diz Paulo Ferreira.

"Mesmo tendo essa garantia até 2018, isso não quer dizer que seja implementada política de racionamento, de uso consciente, e que a população não veja nisso um alento para usar água de forma irracional. Para que a gente alcance esse objetivo, é necessário que a população use a água e forma consciente", finalizou João Lúcio.

Por José Avelino Neto - Colaborador
FONTE DN
cc

Luciano Almeida

Olá, sou o Luciano Almeida e é um prazer me apresentar a vocês. Tenho 41 anos e sempre vivi em Quixeré, uma cidade que conheço como a palma da minha mão. Sou um rapaz negro de pele clara, apaixonado por desenho, leitura e fotografia! Foi essa paixão que me inspirou a criar este blog. Aqui, meu objetivo é trazer informações relevantes para o Vale do Jaguaribe, uma região situada no centro-leste do Ceará, e também compartilhar um pouco do dia a dia dos jaguaribanos. Vou abordar temas como educação, saúde, cultura e, especialmente, a importância de sermos reconhecidos como cidadãos, com nossas próprias opiniões e vontades. Quero explorar nossa identidade neste mundo e como nos conectamos a ela. Além disso, pretendo destacar lugares interessantes nas cidades da região. Todos os dias, aqui no Jornal Vale em Destaque, você encontrará novidades fresquinhas para ficar bem informado.

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