No geral, dos 153 reservatórios monitorados pela Companhia, 51,6% estão secos ou em volume morto. Outros 50 operam com menos de 30% de suas capacidades, aponta Cogerh.
O cenário é preocupante, indicam especialistas, porque ainda faltam quatro meses para o início da chamada quadra chuvosa (fevereiro a maio) e desde a semana passada, a população da Capital que não reduzir o consumo de água em 20% pagará multa sobre o volume excedente, na chamada taxa de contingência.
Os 20 açudes que compõem a Bacia Metropolitana apresentam nível médio de 14,59%. Desse total, além do Pacajus, outros oito reservatórios dessa bacia estão com volume morto: Batente, Castro, Catucinzento, Cedro, Macacos, Penedo, Sítios Novos e Pompeu Sobrinho.
"O volume morto é uma reserva hídrica intocada, que fica abaixo dos canos de captação da água nas barragens e é de grande importância para manter a fauna aquática, equilíbrio do ecossistema, pois ajuda na diluição de poluentes", explica o geógrafo Jeovah Meireles.
Plano
A ideia, incluída no Plano de Segurança Hídrica do Estado, é o aproveitamento das reservas do Açude Aracoiaba para o Pacajus, já que o primeiro está localizado na bacia hidrográfica do segundo, podendo dar suporte ao abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Deste modo, aponta o Plano, foram realizadas simulações hidrológicas para verificar o volume poderia ser disponibilizado para o Pacajus sem comprometer a segurança hídrica do Maciço de Baturité. Com base nas simulações e em acordo com a comissão gestora do reservatório, foram realizadas duas liberações de 10 milhões de m³ cada. No entanto, nem a Cogerh e nem a SRH se pronunciaram a esse respeito.
O açude Castanhão, principal manancial responsável pelo abastecimento de Fortaleza, também está sem situação crítica. Ontem, apresentavam apenas 6,36% de seu volume total. Já o Orós, que transfere águas também para Fortaleza via Castanhão atingiu seu menor patamar nos últimos anos, 20,9% de seu volume total.
Estiagem
O Ceará vive o quinto ano seguido de estiagem - quando a quadra chuvosa dos meses de fevereiro, março, abril e maio- fica abaixo da média histórica. O mesmo panorama é registrado em Fortaleza. Neste ano, choveu na Capital cearense 99 milímetros. A média histórica de Fortaleza é 1.031 mm.
Previsão
A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) promete somente para a segunda quinzena de janeiro próximo divulgar a previsão para a quadra chuvosa de 2017. O órgão acertou todos os prognósticos nos últimos anos.
Por Leda Gonçalves - Repórter do diário do nordeste
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