Os anos de 2013 (3mm) e 2010 (6mm) foram os que apresentaram maior desvio negativo na última década, com 97% e 94%, respectivamente. Apesar dos baixos volumes verificados na primeira quinzena, o meteorologista da Funceme, David Ferran, ressalta que "essa média não reflete, com fidelidade, o quão chuvoso foi o mês". Ele explica que "se pegarmos o balanço dos 15 dias finais de março dos últimos dez anos, certamente iremos verificar desvios positivos na maioria deles, então uma quinzena equilibra a outra".
O meteorologista Raul Fritz detalha que, historicamente, a segunda quinzena de março costuma ser mais chuvosa. "Nos anos em que o El Niño atua com maior intensidade, a segunda quinzena do mês tende a ter maior volume de chuva", pontua. Ainda conforme a Funceme, o quadro de poucas chuvas nas duas primeiras semanas do mês decorre do distanciamento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) principal sistema indutor de chuvas no Estado entre fevereiro e maio.
"Quando a ZCIT está afastada do setor norte da região Nordeste do Brasil, as precipitações ficam impossibilitadas de ocorrer", acrescentou Fritz. Entretanto, a aproximação gradativa deste fenômeno trouxe a ocorrência de chuvas em algumas regiões do Estado. Na primeira semana de março, por exemplo, o desvio negativo chegou a ser de 94,7%. "Todo dia tem chovido em 40, 50 municípios, ou seja, já percebemos um aumento nas chuvas", completou Ferran.
"Os meses de março e abril, geralmente, são os mais chuvosos. Neste ano, tivemos um diferencial, que foi o mês de janeiro, com bons volumes", finalizou Ferran. A expectativa é de que as chuvas ganhem intensidade para darem aporte aos açudes.
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