Há dois anos, indícios da velha Jaguaribara começaram a ser vistos em passeios de barco. O trajeto por terra segue por fora do reservatório, pela BR-116 no sentido do município de Jaguaribe. Depois, é encontrar o trevo de acesso à antiga cidade e seguir pela estrada que já esteve submersa.
Casa, escola, mercearia, o paralelepípedo das ruas. Tudo ressurge misturado nas estruturas demolidas e quase irreconhecíveis. A decisão de levar tudo ao chão visou a segurança dos banhistas e pescadores do Castanhão. Foi logo depois da transferência das famílias em 2001 para a nova Jaguaribara. À época, o Governo do Estado quis evitar que a cidade abandonada fosse reocupada antes que o açude ficasse pronto. A conclusão da obra veio em 2003.
Longe das ruínas, o pescador Francisco de Assis da Silva já se mostra adaptado à vida fora da velha Jaguaribara. Não se apega ao passado e insiste em continuar no Castanhão. É onde ele e a esposa Selma sobrevivem pegando tilápia e tucunaré. Como a seca não dá trégua, ele lembra da filha que mora no Rio Grande do Norte. “Ela vive chamando a gente, mas eu não quero ir. Só se for o jeito mesmo”, avisa.
O Povo Online
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