MOVIMENTAÇÃO INTENSA : Protesto reúne 15 mil pessoas na Capital

00:00 · 17.08.2015 / atualizado às 03:23


Pelas ruas e avenidas Ao longo do protesto, milhares de pessoas, algumas de caras pintadas, se dividiam entre bandeiras do Brasil, cobrando um país com mais acesso à justiça, menos burocracia e tributos, sob gritos de ordem contra o governo da presidente Dilma e o PT. Pelas ruas, alguns atos de reprovação ao evento foram vistos em janelas de prédios, assim como cartazes de apoiadores do movimento fotos: bruno gomes ( fotos: bruno gomes )
Manifestantes voltaram às ruas de Fortaleza, neste domingo (16), para pedir "Fora Dilma e fora PT". Assim como nos atos realizados nas principais capitais brasileiras, no Ceará, o público reivindicava o fim da corrupção, dos altos tributos cobrados e da impunidade. A movimentação começou na Praça Portugal, às 13 horas.
Quem aproveitou o momento foram vendedores ambulantes, que comercializavam comidas, bebidas e utensílios como chapéus, blusas e fitas. Pouco a pouco, a praça foi sendo tomada e, por volta das 17h, a multidão seguiu em caminhada pelas avenidas Desembargador Moreira e Abolição, rumo ao Aterro da Praia de Iracema, onde encerrou o ato às 18h50.
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que o público estimado foi de 15 mil pessoas. No entanto, de acordo com a organização, 50 mil pessoas participaram do protesto. Nenhuma ocorrência foi registrada. Para garantir a segurança dos presentes, 212 policiais militares do Raio e do Batalhão de Choque acompanharam toda a caminhada. O efetivo contou ainda com 20 policiais civis e 15 homens do Corpo de Bombeiros do Ceará.

> Protestos são realizados em Nova York e Paris

"Estamos aqui para mostrar a nossa reprovação às políticas que estão sendo desenvolvidas no Brasil, políticas que atrapalham as pessoas que trabalham dignamente, que estão dispostas a sair da pobreza, que estão dispostas a agir de forma legítima, de acordo com os seus direitos e deveres. As bandeiras levantadas são as da probidade, do livre mercado, de menos impostos, menos burocracia", destacou o advogado e professor Rafael Saldanha, 28. Ele defendeu ainda que o cidadão possa trabalhar sem ser extorquido com os altos impostos cobrados pelo governo. "A dor é no bolso e é também na moral de todos os brasileiros", enfatiza.
O conselheiro do Instituto Democracia e Ética, Fredy Menezes, destacou que a principal reivindicação é contra a corrupção, sobretudo por parte do governo federal. Ele reforça que não existem bandeiras partidárias e que o único foco é em "Fora Dilma e fora PT", já que se trata de um partido que, na visão dele, não respeita a democracia.
"Se você analisar a história do PT vai ver que o PT não respeita as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e nem a Polícia Federal. Esperamos que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) conclua o julgamento dos casos de corrupção e, ainda neste ano, convoque novas eleições".
Enquanto a presidente Dilma Rousseff não sair, Menezes acredita que as crises econômicas e políticas só tendem a piorar. "Errar é humano, o problema é que eles não assumem o erro, não pedem desculpas à população, por isso não há mais diálogo".
Por onde passava, a manifestação atraía a atenção de curiosos. Da varanda dos prédios, muitos observavam. Bandeiras do Brasil foram colocadas em alguns apartamentos, enquanto em outros se via bandeiras vermelhas do PT. No cruzamento das avenidas Desembargador Moreira com Abolição, uma mulher com uma bandeira vermelha irritou os manifestantes, que gritavam: "pula e ladra".
Intervenção militar
Teve até quem pedisse intervenção militar já. José Dantas, 52, militar da reserva, disse que estava ali "em defesa da democracia, da justiça e da verdade". Para ele, a saída para o Brasil é a intervenção dos militares. "Infelizmente, o Brasil não sabe viver na democracia. É um povo ignorante, principalmente por políticos ineficazes. Os militares são os únicos que podem intervir para tirar os corruptos", reafirma.
Já o professor universitário Aprígio Coelho, 60, apesar de concordar com toda a pauta de reivindicação dos manifestantes, observava que se fala muito em "Fora Dilma e fora PT", mas em nenhum momento se diz quem deverá ficar no lugar.
"Não vamos ter uma solução para o País se não tiver alguém defendendo alguma coisa", destaca. Ele completa dizendo que a classe política está desacreditada e, para o lado que se olha, não se encontra um líder. Em sua visão, falta uma representação política. "Se a Dilma sair, entra o presidente do Congresso, mas quem vai representar as pessoas que estão aqui?", indaga. Neste sentido, várias vezes foram entoadas frases pedindo o impeachment da presidente, partindo do carro de som que conduzia a multidão pelas ruas da cidade.
O grupo Consciência Patriótica, que ganhou repercussão nas redes sociais ao longo da última semana a partir de uma performance de dança executada nas ruas da Capital, também marcou presença no evento e repetiu a atuação, recebendo aplausos dos presentes.
Também havia dezenas de pessoas usando máscaras do juiz Sérgio Moro, que conduz o julgamento de crimes identificados na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. O magistrado também foi fortemente apoiado pelos condutores do movimento.
Saudação

Enquanto os manifestantes ainda estavam no entorno da Praça Portugal, um humorista fantasiado de presidente Dilma subiu no carro de som e fez gestos de saudação aos presentes, recebendo vaia e gozação em troca.
Para que o protesto pudesse ocorrer, várias ruas ao redor da Praça Portugal tiveram o trânsito de veículos desviado, desde o início da tarde, quando os primeiros manifestantes começaram a chegar. Um enorme engarrafamento formou-se na Avenida Abolição, no sentido Oeste/Leste, no momento em que o grupo passava pela via.
ENQUETE
Quais bandeiras você defende na manifestação?
"A gente quer mudar alguma coisa, são vozes que precisam ser ouvidas por terem sido enganadas por tantos anos. As notícias mostram os milhões que estão sendo roubados todos os dias, é preciso fazer algo"
Tereza Pereira, advogada
"Defendendo a bandeira da mudança. É impossível não atrelar essa mudança ao resultado das últimas eleições. Os problemas devem ser tocados dentro da legalidade, seguindo todos os trâmites do impeachment"
Joel Teixeira, gerente de projetos

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