Ceará se despede de Welington Landim



Coroas de flores e homenagens póstumas deixaram o plenário da Assembleia Legislativa (AL) apertado. Emocionados, amigos, família e colegas se despediram do deputado estadual Welington Landim (Pros). O parlamentar faleceu ontem de meningite bacteriana após quase dez dias de internação. Landim será enterrado hoje, às 16h, em Brejo Santo, sua cidade natal.


Eleito cinco vezes deputado, o caririense ocupou assento na AL por dezesseis anos. Segundo os colegas, Landim marcou sua trajetória pelo poder de conciliação e as bandeiras que defendia.
Presidente da Assembleia, Zezinho Albuquerque (Pros) diz que o deputado deve ser lembrado como um político que batalhou pela transposição do rio São Francisco. “O Estado deve muito ao nosso querido irmão Welington Landim”, lembra. “Infelizmente, ele não verá a conclusão da obra”, lamenta o 1º vice-presidente da Casa, Tin Gomes (PHS).

O luto oficial no Estado se estende por três dias, a partir de ontem. As sessões na AL serão retomadas amanhã, mas matérias só entram em pauta na sexta-feira.

Seguido por um ou outro sussurro, o silêncio substituiu o clima de debates na Casa. Nem as intrigas políticas afastaram a presença de antigos aliados. “Mesmo com todas as divergências com o Cid Gomes, Landim era incapaz de proferir sequer uma palavra de indiferença para mim”, recorda Eliane Novais (PSB).

Prefeito de Brejo Santo, o filho de Welington, Guilherme Landim, agradeceu as orações do povo cearense. “Quero nunca decepcionar meu pai. Quero honrar o nome dele.”

Amigo da família de Landim, Camilo Santana (PT) chegou nos últimos momentos do velório. O governador desmarcou reunião com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, em Brasília, para prestar as últimas homenagens ao amigo.
Direitos humanos

O Escritório Frei Tito de Alencar de direitos humanos foi criado na gestão de Welington Landim, que presidiu a AL por duas vezes.

“Ele abraçou a ideia com um entusiamo juvenil. Me disse para levar adiante, que ele ajudaria a viabilizar o projeto”, conta o ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Casa, João Alfredo (Psol). O espaço é hoje referência na luta de direitos humanos.


Suplente

O último deputado estadual a falecer durante o exercício do mandato foi José Maria Melo (PMDB), em 1993.

Da atual legislatura, com 46 deputados, apenas Fernando Hugo, Carlomano Marques, Zezinho Albuquerque e Manoel Duca estiveram presentes em ambas as situações. Com a vaga aberta, Leonardo Pinheiro (PSD) se efetiva e Sineval Roque (Pros) assume como suplente.

O POVO