Chuvas devem superar a média, mas situação dos reservatórios ainda preocupa

Vivendo uma das maiores crises hídricas de sua história, em virtude de um período de mais de 6 anos de seca, o Ceará deverá ter, entre os meses de fevereiro e abril deste ano, uma leve melhora em sua situação hídrica, informou nesta segunda-feira (22) o prognóstico da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) para 2018.

A análise meteorológica aponta 40% de probabilidade de as chuvas do trimestre fevereiro-março-abril ficarem acima da média histórica do Estado. O mesmo prognóstico revela que há 35% de chance do período chuvoso ficar dentro da média e 25% de ficar abaixo da média. Ainda de acordo com a Fundação, março deve ser o mês mais chuvoso de 2018.
inverno 2018

Em 2017, o resultado das análises apontou para maior probabilidade de ano dentro da média no Ceará, quando indicou 40% de chance de o período chuvoso do Estado ser normal, 30% de ser seco e 30% chuvoso. Para este ano, informou a Funceme, o panorama é de chuvas acima da média principalmente para a região Centro-Norte do território cearense e dentro da normalidade para o Centro-Sul.

Situação ainda preocupa

Apesar das previsões otimistas, a Funceme também informa que a situação dos reservatórios do Ceará ainda é preocupante. Atualmente com uma média de 6% de abastecimento, o Estado, mesmo tendo um incremento de água, provavelmente ainda estará em situação de escassez hídrica ao fim de 2018. 

"O ano pode ser chuvoso no Ceará, mas isso não necessariamente representa um aporte significativo para o Estado. Os reservatórios estão com um equivalente de 6% hoje e, mesmo com um aporte de 10%, por exemplo, ainda encerraríamos o ano com 16% de volume equivalente, o que é muito pouco", destacou o presidente da Funceme, Eduardo Sávio Martins.

O próprio Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) informou, na edição desta segunda-feira do Diário do Nordeste, que um racionamento de água deveria ter sido decretado pelo Governo do Estado, com o objetivo de amenizar a atual crise hídrica. Em aproximadamente 34 dias, por exemplo, se não houver recargas significativas de chuvas na Região do Médio Jaguaribe, o Castanhão, maior açude público para diversos fins do Brasil, não conseguirá mais liberar água sem o recurso de bombeamento, atingindo apenas 2% de sua capacidade que é 6,7 bilhões de metros cúbicos.


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