Reunião em Iguatu define nova operação dos açudes do Vale do Jaguaribe

No auditório do Campus Multinstitucional Humberto Teixeira aconteceu na última terça-feira, 18, a reunião de Avaliação e Operação Emergencial do primeiro semestre de 2017 dos reservatórios de que perenizam os vales Jaguaribe e Banabuiú. O momento contou com a participação dos membros dos comitês gestores das bacias envolvidas, diretores e analistas da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (COGEHR).


reuniao-em-iguatu-define-nova-operacao-dos-acudes-vale-jaguaribe
Essa foi a segunda reunião de operação. Nessa mais recente foram apresentados os resultados da operação, conforme o planejado e realizado nos açudes Banabuiú, Castanhão e Orós. E o planejamento para próxima operação que vai do dia 19 do mês de abril a 31 de maio.

Ainda foi deliberada a data da reunião de alocação, agendada para 14 de junho em Iguatu, na oportunidade serão definidas as vazões operadas nesses reservatórios no segundo semestre, período em que as chuvas prometem ser mais escassas no tocante à recarga das bacias.

Dábora Rios, diretora de operações da COGEHR, explicou a diferença das reuniões de operação e alocação. “Os comitês participam em ambas. A reunião de operação tem um período de tempo curto do que é deliberado. Geralmente um mês e meio. Já as reuniões de alocação têm decisões que perduram a um semestre completo”, citou.

Consumo humano é prioridade

Segundo Débora, a condução do momento foi satisfatória diante da preocupação dos membros dos comitês gestores, apesar dos ânimos exaltados entre os participantes que ocorrem com frequência durante as deliberações. “Estamos com 550 milhões de metros cúbicos a menos nos reservatórios. As chuvas que banharam nosso estado ocorreram menos no sul do Ceará e mais na região norte. A companhia realiza esse processo de deliberações decentralizado junto com a sociedade civil organizada. Não é fácil mediar, pois operamos para os múltiplos usos. Mas com prioridade para o abastecimento humano tendo em vista que as bacias dessa região abastecem 4 milhões de pessoas. Desentendimentos acontecem, mas como servidores tentamos responder tecnicamente, caso a caso”, ressaltou.

Redução da vazão

Comparado ao que foi decidido na última reunião, houve redução na operação em dois reservatórios. No açude JK em Orós a operação passou de 3 m³/s para 2m³/s. Com ressalva que se caso comprometa o abastecimentos das cidades de Jaguaretama e Jaguaribe o número anterior de retorna. Já o Castanhão passou de 6 m³/s para 5 m³/s.

Em dado momento da reunião foi questionado por parte dos membros dos comitês o quantitativo da água que é destinada à região metropolitana de Fortaleza, que, conforme os membros, muitas vezes acaba sendo usada em sua maioria para o setor industrial. Débora explicou que esse número foi apresentado na reunião anterior. “Como forma de não repetir e dá dinamismo a reunião, não apresentamos os dados. Mas os números são muitos transparentes, nas duas ETA’s de Fortaleza são distribuídos 7.6 metros cúbicos por segundo. E na região da indústria do Pecém é 0.8 ou seja 800 litros por segundo. O consumo urbano é maior que o industrial”, ponderou.

Volume de água

O açude Banabuiú se encontra com 0,72% de sua capacidade, o Orós, com 10,79%, e Castanhão, com 5,97%. Os membros dos Comitês também aprovaram uma Moção de Repúdio que será encaminhada ao Governo Federal, pelo descaso na condução e conclusão da Transposição das Águas do Rio São Francisco, no Eixo Norte.